terça-feira, 20 de maio de 2008

The Mix-Up

Para aproveitar essas semanas em que venho ouvindo incessantemente o último álbum dos Beastie Boys, cá estou pra falar do que eu gostei e do que eu não gostei das 12 faixas que compõem este último trabalho dos rappers brancos mais legais de todos os tempos.
Os seus membros, Michael Diamond (Mike D), Adam Yauch (MCA) e Adam Horovitz (Ad-rock), fazem parte de um sucesso infindável, além de serem o primeiro e único grupo de rap com integrantes brancos mais bem sucedido desde 1979. A princípio, a banda se chamava The Young Aborigines e fazia um som influenciado principalmente pelo punk rock. Em 1981, Adam Yauch passou a fazer parte do grupo e mudou o nome para Beastie Boys. A banda ganhou fama rapidamente e logo foram convidados pelos Bad Brains e pelos Reagan Youth para tocarem em clubes como o CBGB e o Max's Kansas City. Entre os anos de 1984 e 1987, os nova-iorquinos deixaram o hardcore e partiram para o rap.
Quando eu digo que os caras são camaleões, não me refiro somente ao estilo musical, mas às diversas mudanças de comportamentos, passando de machistas à budistas. Na música, eles foram influenciados por vários tipos de som em diversos trabalhos, passando pelo jazz, pelo funk, pelo hardcore, pelo rap e hip-hop.

A cada projeto e a cada fase, os Beastie Boys foram amadurecendo. E suas referências culturais também. Por exemplo:O vídeo da música "Sabotage", o qual foi eleito melhor videoclipe de todos os tempos, faz uma paródia aos dramas policiais da década de 70, filmado para se assemelhar aos créditos de abertura de tais shows. O vídeo "Intergalactic" mostra um robô gigante causanto destruição por lutar com uma criatura em forma de lula gigante em uma cidade enquanto dança break, em uma paródia dos filmes japoneses Kaiju. O vídeo de música "Body Moving" é claramente uma sátira aos filmes e shows de TV sobre espiões e combate ao crime, dos anos 60, como James Bond e Batman.
Foram oito EP's, seis compilações e nove álbuns, incluindo The Mix-Up (2007).

The Mix-Up é um disco inteiramente instrumental e com nítida influência dos clássicos de jazz.

As faixas ainda incluem "Suco de Tangerina", assim, em português. A música é uma homenagem a Jorge Ben e teve como inspiração o refresco preparado na tradicional lanchonete carioca "BB Lanches", que descobriram no Rio de Janeiro, na passagem pelo país, em 2006.
Quando artistas contemporâneos trabalham com jazz, percebemos o quanto esse gênero se torna indefinível, fazendo com que o artista se sinta à vontade pra introduzir novos elementos, como instrumentos elétricos, acústicos e estilos musicais que vão do rock ao reggae jamaicano.
Este último álbum dos Beastie Boys é a prova de que o universo musical de seus integrantes é bem mais amplo do que se pode supor pela imagem de rappers machões. The Mix-Up mostra a mistura de estilos que o jovem quer ouvir: sem frescuras, sem conservadorismos. É assim, sempre flertando com outros gêneros musicais que os Beastie Boys vão ser sempre uma das bandas de mais sucesso de todos os tempos.
Apesar de ter gostado à beça, senti falta das rimas "chiclete" e histéricas do Mike D, que fizeram parte da minha infância.

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