quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Enquete bizarra elege piores e melhores da música em 2008

O G1 publicou hoje o resultado de uma enquete feita com leitores que elegeram os melhores e os piores da música em 2008. O resutado dessa enquete é absolutamente bizarro. Veja:

Clique na imagem para ampliarPrimeiramente, quem são Victor e Léo? E esse tal de D'Black?
RBD foi o melhor da música em 2008? Eu achava que RBD fosse uma novela mexicana.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O cinema está na pré-história ou Peter Greenaway é moderninho demais?

Estava lendo uma entrevista com o Peter Greenaway feita por Philippe Barcinski para a revista Bravo no ano passado, na qual o cineasta fala coisas muito interessantes sobre o cinema. De acordo com ele, o cinema nunca foi cinema e sim, textos ilustrados. Greenaway diz que é besteira transformar literatura em filmes, que é perda de tempo, já que o cinema não é sobre textos, mas sobre imagens. O cineasta também aponta o cinema como um “entretenimento emburrecedor”, o qual segue sempre os mesmos padrões e gêneros. Concordo até certo ponto. Não entendo de técnica, mas tenho senso visual e sei reconhecer uma boa obra e boas imagens dentro de uma boa obra. No entanto reconheço a falta de qualidade visual nas produções cinematográficas. Ainda de acordo com o Greenway, a maioria dos cineastas, até mesmo os donos dos maiores clássicos, são muito mais contadores de histórias do que cineastas. Mas é burrice concordar que um filme dispense uma boa história. Acredito que um bom filme seja uma junção de boas imagens + bom roteiro. Se dependesse apenas de imagens, então teríamos empacado na era do cinema mudo.
Greenaway tem idéias interessantes, porém muito estúpidas. Ele diz que o cinema é antiquado, pelo fato de não haver interação. “Você senta num lugar escuro, mas o homem não é um animal noturno. Você olha em uma só direção, mas o mundo todo está a sua volta. Se você assiste a um longa numa sala de projeção, fica parado por duas horas, algo que não fazemos nem dormindo.” Nunca li besteira tão grande sobre o cinema. Como seria interagir com o cinema? Realidade virtual? Greenaway, você é um cara que está além do seu tempo. Parabéns! A tecnologia pode até revolucionar o cinema, mas e a democracia, como fica nessa história? O “verdadeiro cinema” que a tecnologia vai criar, segundo Greenaway, vai ser uma tragédia. O cinema vai se tornar algo descartável, sem significado e direcionado apenas aos grandes estúdios. Se bem que muita gente não vê o cinema como eu vejo. As pessoas não param para ver um filme como param para ver uma desgraça ser noticiada na televisão. Elas querem cada vez mais filmes tolos.
São tantas besteiras que eu vou me poupar neste último parágrafo, dizendo apenas que eu fico triste quando penso que num futuro próximo, as imagens serão substituídas pelas palavras. Talvez esse seja o início da involução humana. Pensando bem, já começamos nosso processo de involução com todo esse lance de estética e beleza. No futuro, o mundo vai ser dos bonitos e Deus ajude a quem nascer feio. Aí o cinema vai ser tipo um meio de propaganda interativa, com imagens, muitas imagens – a cores, de preferência, porque preto e branco é antiquado demais para o novo modelo de cinema que Peter Greenaway sonha ver no futuro. Não dá pra entender como pode um cineasta com um nível cultural de Peter Greenaway ter essa visão sobre o cinema. Definitivamente não entendo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Prefeitura de Balneário Camboriú e Governo Federal trabalham juntos na prevenção e no combate à AIDS

Palestras, prevenção, combate e tratamento são os pontos-chave do CTA em Balneário Camboriú
Por Sarah de Souza

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) desenvolve um trabalho crucial de combate à AIDS em Balneário Camboriú. Além da realização de testes e do aconselhamento individual e coletivo, o CTA possui projetos de prevenção envolvendo gestantes, universitários, trabalhadores, idosos e estudantes de escolas públicas e particulares. As verbas para manutenção das atividades realizadas são provenientes da Prefeitura de Balneário Camboriú e do Governo Federal. “Nossos recursos estão bem distribuídos e atendem dignamente às necessidades do nosso departamento”, afirma Jean Carlos Natividade, 28 anos, psicólogo e coordenador do núcleo de prevenção do CTA. 

São realizadas, anualmente, pelo menos três grandes campanhas com a população: no carnaval, no dia dos namorados e no dia 1º de dezembro são distribuídos preservativos e folhetos informativos nas ruas de Balneário Camboriú. Marianne Gaidarji, 20 anos, é acadêmica de Engenharia Ambiental e, através da abordagem no Dia Mundial de Combate à AIDS, descobriu que os exames de HIV são realizados gratuitamente. “É um absurdo dizer que o sistema de saúde da cidade está decadente. O atendimento aqui é de primeiro mundo. Duvido muito que eu seria tão bem atendida se estivesse realizando o exame pelo sistema de saúde privado”, elogia a estudante.

Quando um paciente é diagnosticado como soropositivo, o CTA realiza outras duas coletas em tempos diferentes para confirmar o resultado e, assim, dar o devido encaminhamento psicológico. Por meio do Centro Integrado de Solidariedade e Saúde (CISS), o portador tem acesso gratuito a médicos, psicólogos, assistentes sociais e medicamentos. “A reação mais comum é a óbvia não-aceitação do paciente. Há pouco tempo houve um caso extremo de uma mulher que após receber o resultado do exame ficou tão abalada que estava a ponto de cometer suicídio em nossas instalações. Foi preciso imobilizá-la e chamar o psicólogo. Estou aqui há seis meses, mas há profissionais aqui há 15 anos e eles nunca registraram nada parecido”, conta o coordenador do CTA.

Do dia 2 janeiro até o dia 2 de dezembro de 2008, o CTA atendeu a mais de 3 mil pessoas, sendo 63% mulheres e 37% homens. Cento e vinte um exames voltaram com resultado positivo em que 57% dos infectados são homens e 43% mulheres, sendo 25% gestantes. Antes do exame, todos devem participar de uma palestra, que é realizada pelos funcionários do CTA. Na palestra, são dadas orientações sobre como a AIDS é transmitida, o que fazer para identificar Doenças Sexualmente Transmissíveis e como preveni-las, além de outros tópicos como as conseqüências do vírus HIV e de outras DSTs. 

Em 1987, a Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial de Combate à AIDS. A data, 1º de dezembro, passou a ser implantada a partir de 1988 no Brasil, com o propósito de erradicar o preconceito, dar apoio aos portadores do vírus HIV e incentivar a prevenção e o tratamento. 

Técnicos da Secretaria Estadual de Saúde, com a participação da comunidade gay de São Paulo, criaram o primeiro programa oficial de combate ao HIV em 1986: o Programa Nacional de AIDS. Na mesma década, organizações não governamentais como o Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (GAPA) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) surgiram para enfrentar a epidemia que se alastrava no país. Além das campanhas incentivando a prevenção, essas ONGs desenvolveram projetos de combate ao preconceito e à discriminação.

Nos anos 80, 50% dos pacientes com AIDS morriam em cerca de cinco meses após o diagnóstico. A partir de 1989, a ciência médica progrediu com a descoberta da zidovudina, aprovada pela Agência Reguladora de Medicamentos e Alimentos Estadunidense (AZT). O medicamento foi eficaz inicialmente, mas não aumentou o tempo de sobrevida dos pacientes. Posteriormente, novas drogas foram descobertas. Essas drogas, associadas à AZT, aumentavam o tempo de sobrevida – eram os medicamentos anti-retrovirais, popularmente conhecidos como “coquetel”. A distribuição gratuita desses medicamentos foi garantida pela Lei Federal Nº 9.313, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso em 13 de novembro de 1996.

Um estudo divulgado recentemente pela revista PLOS Medicine revelou que a compra de medicamentos de laboratórios multinacionais e a produção local representaram para o Brasil uma economia de aproximadamente US$ 1 bilhão. Especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard alertaram que, nos próximos anos, o custo dos medicamentos contra a AIDS irá aumentar. Neste ano, a UNICEF elogiou a iniciativa brasileira no combate à AIDS e o apoio dado a outros países em desenvolvimento como Bolívia, Cabo-Verde, Guiné Bissau, Nicarágua, Paraguai e Timor Leste, mas ressaltou que a possibilidade de ver uma geração livre da AIDS no mundo ainda está distante.

O exame para diagnóstico de HIV e Sífilis pode ser realizado gratuitamente em dois horários: às 8h e às 13h30min no CTA. Antes do exame, todas as pessoas participam de uma orientação coletiva de aproximadamente meia hora. É necessário comparecer com antecedência para retirada de senha, acompanhado de documento com foto. Não é necessário estar em jejum.