quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é!

É preciso acordar pra realidade. Ela é chata, mas é nossa. Pra quê negar nossa própria realidade?
O Brasil não é uma meeeerda. O Brasil apenas está nas mãos erradas. Isso politicamente falando. E não vou fazer politicagem neste blog, porque o meu negócio é arte. Culturalmente, nosso país é maravilhoso! Pensa no samba. Agora pensa em tudo o que foi criado a partir do samba. Tantos gêneros genuínos e autênticos! Autenticidade é coisa difícil de se fazer nesse país hoje em dia. Sabe por quê? Porque tá todo mundo ocupado com o que vem de fora. Isso não tem nada a ver com patriotismo. Aliás, eu odeio patriotismo. Mas é fato que no Brasil, as pessoas não se informam - acham que pagode e samba são a mesma coisa, que Chico Buarque é bossanovista e que Gilberto Gil não fuma maconha.
E o pior de tudo, é que tem gente que pode se informar, que tem meios pra isso, mas parece que tem preguiça. Depois inventa de sair falando o que não sabe.
Nós não vivemos numa democracia? Então, aqui você pode ouvir o que você bem entender. Se você não gosta de samba e só gosta de rrrrock, problema é seu, o gosto é seu. Mas dizer que rrrrock é melhor que samba ou melhor que bossa nova é ignorância. Chuck Berry e Dorival Caymmi foram dois músicos diferentes, cada um na sua época, cada um no seu estilo. Rock é uma maravilha dos deuses. Não sei o que seria da minha vida sem os Beatles, os Stones e principalmente sem o Dylan. Mas eu sou brasileira, porra! Nasci ouvindo MPB, cresci ouvindo MPB e acho a MPB excelente. É uma questão de hábito, às vezes é uma questão de química e às vezes é só uma questão de tempo pra você começar a perceber o que está perdendo deixando de ouvir as maravilhas da MPB, de interpretar as letras, de se imaginar nelas, de sentir as melodias e imaginar o quanto é bom gostar de algo que foi criado há tanto tempo e que continua se reinventando. Ah, outra coisa. Você não precisa ter posicionamento político pra gostar de certo gênero musical. Eu conheço gente que ouve Misfits e não é libertário. Minha mãe ouve bossa nova e não é de esquerda. Meu pai gosta da tropicália e não é hippie. E eu gosto de samba, mas não sei sambar.

2 comentários:

Renan Accioly Wamser disse...

Ainda bem que você é minha amiga. Agora vamos marcar o dia em que iremos escutar Bob Dylan, Cartola, Probot, Luiz Gonzaga e tantos outros na vitrola. E viva diversidade. O importante é gostar de música e não apenas de bandas.

juliano disse...

Opa, conseguisse expressar muito bem algo que eu já vinha pensando a tempo, concordo com tudo isso, claro trocando alguns ritmos por outros, dependendo do gosto, mas sempre olhando o lado musical e não político/social da música. Olha isso aqui que legal:
http://br.youtube.com/blog?entry=c3om9d04q1E