quinta-feira, 11 de setembro de 2008

LHC: A odisséia dos prótons

No ano passado eu li na Rolling Stone BR uma matéria sobre o Grande Colisor de Hadrons (LHC). A metade da matéria eu não entendi, mas achei interessante, até porque eu sempre me interessei por ciência. Quando eu tinha 16 anos, comecei a ler os livros do Stephen Hawking e não entedia absolutamente nenhum cálculo matemático, embora fosse o começo de um interesse pelos mistérios do universo que permanece até hoje. De acordo com a matéria da RS, os estudos com o LHC começaram há cerca de 20 anos. Desde então, bilhões de dólares foram investidos e cientistas de todo o mundo foram enviados à Suiça para participar da experiência.
Mas afinal o que é o LHC? Localizado entre a França e Suíça, a profundidades que variam de 50 a 150m, o LHC possui 27km de circunferência e é um acelerador de partículas. Não é difícil entender como funciona. Através de enormes campos elétricos, as partículas subatômicas, confinadas em campos magnéticos intensos, são lançadas em direções opostas numa velocidade nunca antes reproduzida pelo homem, bem próxima da velocidade da luz, até que elas colidam umas com as outras. Assim, essas partículas se quebram em partes menores, mostrando outras partículas subatômicas até então desconhecidas. Através dessa experiência, que dura menos de um biolionésimo de segundo, os cientistas poderão descobrir, além de outras partículas, um outro mistério: por que a matéria tem massa? Mas a maior descoberta de todas, será o começo dos tempos. O LHC pode reproduzir as condições que existiam no universo no exato momento em que o Big Bang aconteceu e achar as respostas para a origem de tudo. É realmente um experimento ambicioso que só poderia ser realizado por um bando de loco gênios. Parece simples falando assim, mas na verdade é complexo demais para mentes pequenas como a minha e a sua. Muita gente desconhece o fato, mas tem gente que está com o cu na mão, simplesmente porque o LHC não só pode desvendar os mistérios da vida, como também pode destruí-la. Pergunte a um professor de física o que acontece quando se pega uma porção de prótons e brinca de bate-bate com eles. O que temos aí, senhoras e senhores, é a maior máquina de destruição em massa do planeta. De uma hora pra outra, você, sua família, seu cachorro, a torcida do Flamengo e todo o resto do planeta podem ser engolidos por um buraco negro. "Mas professoooor, o que é um buraco negro?" Joga no Google!

O início dos testes

A primeira tentativa começou ontem, às 8h30 de Lisboa (7h30 TMG), no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN). Minutos depois efetuou-se uma segunda tentativa, informaram responsáveis do CERN. O objectivo é conseguir que as partículas dêem uma volta completa ao enorme túnel de 27 quilômetros que constitui o LHC, antes de realizar experiências com colisões de protons, para tentar identificar novas partículas elementares.
A evolução dos acontecimentos hoje é, no entanto, desconhecida, reconheceu numa conferência de imprensa Lyn Evans, director do projecto do LHC. "Não sabemos de quanto tempo vamos precisar para conseguir que circulem os protons de forma estável", disse. "Iremos confirmando que cada um dos elementos da máquina funciona, um por um", acrescentou.
Depois desta primeira tentativa saber-se-á se o maior acelerador de partículas do mundo funciona, mas os primeiros choques de protons apenas se produzirão daqui a alguns meses, altura em que se iniciará a obtenção de dados.

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