quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Prefeitura de Balneário Camboriú e Governo Federal trabalham juntos na prevenção e no combate à AIDS

Palestras, prevenção, combate e tratamento são os pontos-chave do CTA em Balneário Camboriú
Por Sarah de Souza

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) desenvolve um trabalho crucial de combate à AIDS em Balneário Camboriú. Além da realização de testes e do aconselhamento individual e coletivo, o CTA possui projetos de prevenção envolvendo gestantes, universitários, trabalhadores, idosos e estudantes de escolas públicas e particulares. As verbas para manutenção das atividades realizadas são provenientes da Prefeitura de Balneário Camboriú e do Governo Federal. “Nossos recursos estão bem distribuídos e atendem dignamente às necessidades do nosso departamento”, afirma Jean Carlos Natividade, 28 anos, psicólogo e coordenador do núcleo de prevenção do CTA. 

São realizadas, anualmente, pelo menos três grandes campanhas com a população: no carnaval, no dia dos namorados e no dia 1º de dezembro são distribuídos preservativos e folhetos informativos nas ruas de Balneário Camboriú. Marianne Gaidarji, 20 anos, é acadêmica de Engenharia Ambiental e, através da abordagem no Dia Mundial de Combate à AIDS, descobriu que os exames de HIV são realizados gratuitamente. “É um absurdo dizer que o sistema de saúde da cidade está decadente. O atendimento aqui é de primeiro mundo. Duvido muito que eu seria tão bem atendida se estivesse realizando o exame pelo sistema de saúde privado”, elogia a estudante.

Quando um paciente é diagnosticado como soropositivo, o CTA realiza outras duas coletas em tempos diferentes para confirmar o resultado e, assim, dar o devido encaminhamento psicológico. Por meio do Centro Integrado de Solidariedade e Saúde (CISS), o portador tem acesso gratuito a médicos, psicólogos, assistentes sociais e medicamentos. “A reação mais comum é a óbvia não-aceitação do paciente. Há pouco tempo houve um caso extremo de uma mulher que após receber o resultado do exame ficou tão abalada que estava a ponto de cometer suicídio em nossas instalações. Foi preciso imobilizá-la e chamar o psicólogo. Estou aqui há seis meses, mas há profissionais aqui há 15 anos e eles nunca registraram nada parecido”, conta o coordenador do CTA.

Do dia 2 janeiro até o dia 2 de dezembro de 2008, o CTA atendeu a mais de 3 mil pessoas, sendo 63% mulheres e 37% homens. Cento e vinte um exames voltaram com resultado positivo em que 57% dos infectados são homens e 43% mulheres, sendo 25% gestantes. Antes do exame, todos devem participar de uma palestra, que é realizada pelos funcionários do CTA. Na palestra, são dadas orientações sobre como a AIDS é transmitida, o que fazer para identificar Doenças Sexualmente Transmissíveis e como preveni-las, além de outros tópicos como as conseqüências do vírus HIV e de outras DSTs. 

Em 1987, a Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial de Combate à AIDS. A data, 1º de dezembro, passou a ser implantada a partir de 1988 no Brasil, com o propósito de erradicar o preconceito, dar apoio aos portadores do vírus HIV e incentivar a prevenção e o tratamento. 

Técnicos da Secretaria Estadual de Saúde, com a participação da comunidade gay de São Paulo, criaram o primeiro programa oficial de combate ao HIV em 1986: o Programa Nacional de AIDS. Na mesma década, organizações não governamentais como o Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (GAPA) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) surgiram para enfrentar a epidemia que se alastrava no país. Além das campanhas incentivando a prevenção, essas ONGs desenvolveram projetos de combate ao preconceito e à discriminação.

Nos anos 80, 50% dos pacientes com AIDS morriam em cerca de cinco meses após o diagnóstico. A partir de 1989, a ciência médica progrediu com a descoberta da zidovudina, aprovada pela Agência Reguladora de Medicamentos e Alimentos Estadunidense (AZT). O medicamento foi eficaz inicialmente, mas não aumentou o tempo de sobrevida dos pacientes. Posteriormente, novas drogas foram descobertas. Essas drogas, associadas à AZT, aumentavam o tempo de sobrevida – eram os medicamentos anti-retrovirais, popularmente conhecidos como “coquetel”. A distribuição gratuita desses medicamentos foi garantida pela Lei Federal Nº 9.313, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso em 13 de novembro de 1996.

Um estudo divulgado recentemente pela revista PLOS Medicine revelou que a compra de medicamentos de laboratórios multinacionais e a produção local representaram para o Brasil uma economia de aproximadamente US$ 1 bilhão. Especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard alertaram que, nos próximos anos, o custo dos medicamentos contra a AIDS irá aumentar. Neste ano, a UNICEF elogiou a iniciativa brasileira no combate à AIDS e o apoio dado a outros países em desenvolvimento como Bolívia, Cabo-Verde, Guiné Bissau, Nicarágua, Paraguai e Timor Leste, mas ressaltou que a possibilidade de ver uma geração livre da AIDS no mundo ainda está distante.

O exame para diagnóstico de HIV e Sífilis pode ser realizado gratuitamente em dois horários: às 8h e às 13h30min no CTA. Antes do exame, todas as pessoas participam de uma orientação coletiva de aproximadamente meia hora. É necessário comparecer com antecedência para retirada de senha, acompanhado de documento com foto. Não é necessário estar em jejum.

Um comentário:

Porke disse...

Hey Girl

Não vim comentar desse post exatamente mas, de qualquer forma, ótimo incentivo!

Vim falar mesmo de um post seu que encontrei procurando algo da banda Hülk no google, peguei pra ouvir a coletânea Hey Punk Rockers da barulho agora e bateu uma saudade grande, o melhor de tudo é saber que ainda tem gente que conhece coisas boas :D

ganhou um leitor!

beijo!