sexta-feira, 14 de março de 2008

Carne humana, alma divina.

Hoje é o dia de todos os poetas brasileiros e também dos vendedores de livros. Weeee!
Adoro livrarias, me sinto como uma criança de 5 anos numa loja de brinquedos. Claro que eu não me sinto assim nas livrarias daqui, né? Uma mais pobre que a outra. Mas enfim, não sei o que falar sobre os vendedores de livros, mas sei sobre o que vou falar... Ou melhor, sobre quem eu vou falar hoje, no dia nacional da poesia. Não, não é quem vocês estão pensando. Não vou falar sobre o Castro Alves, apesar de admirá-lo com louvor.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos é o nome do meu poeta favorito. Parnasiano ou pré-moderno... tanto faz.
Augusto dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884, na Paraíba e se tornou poeta muito cedo, com 7 anos de idade. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, dedicou-se ao magistério e tornou-se professor. Suas obras, consideradas esdrúxulas, são contempladas até hoje pelos amantes da poesia.

Bom, são 04:32 da manhã e eu necessito dormir. Portanto, vou encerrar esta homenagem com um dos poemas do mestre Augusto dos Anjos.


O Martírio do Artista

Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!

Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!

Tenta chorar e os olhos sente enxutos!...
E como o paralítico que, á mingua
Da própria voz e na que ardente o lavra

Febre de em vão falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem á boca uma palavra!

2 comentários:

Tamara disse...

Gostei! Sou mais íntima do Castro Alves mesmo (não sei de cor nenhum poema seu, mas sei um pouquinho da história).

Viva pra todos os poetas!
E pro vendedores de livros também!

Teu blog dá uma paz. Adoro ele :)

Beiços

Fernando Gomes disse...

Viva a todos os poetas. Vai dizer que não tem que ter um p#t@ talento pra escrever poesia...

Não conhecia esse poema, mas conhecia o poeta, pouca coisa, mas conhecia. Também não acho que poesia deve ter rótulos, poesia é poesia e ponto. Talvez seja essa mais uma praga humana em classificar tudo o que encontra pela frente.

E teu post me fez pensar..
Não tenho poeta, nem poema favorito.. melhor eu dar uma passada na biblioteca..

Bjones!